28.9.10

Feira da ladra.

Sexta-Feira tenho uma entrevista de trabalho. A 40 minutos de casa, ali mesmo na Baixa, para uma função para a qual estou perfeitamente à vontade: copywiter.

Agrada-me a localização, as funções, a empresa e, possivelmente, o contrato/ordenado. E nada me faria mais feliz, neste momento, do que voltar a ter um emprego onde posso fazer aquilo que mais gosto. Seria perfeito e justificaria toda a (falsa) estratégia que assumi desde o desemprego.

Nestes momentos costumo deixar a fé de lado (até porque não a tenho) e evito "acreditar muito em mim e no meu valor". Deixemo-nos de patetices: assim como eu, muitos. Ou pelo menos, alguns.

Talvez seja demasiado linear atribuir uma resposta positiva ou negativa à sorte ou ao azar. Contudo, e olhando para a forma como arranjei os meus últimos empregos, tenho que agradecer bastante às brutais coincidências, favores inconscientes e aos olhos de quem me avaliou.

As nossas reais capacidades só podem ser efectivamente avaliadas com o trabalho que prestamos. E, por muito que confiemos no nosso valor, nunca tal será factor decisório numa entrevista de trabalho.

Basta consultar um qualquer "manual" de como gerir uma entrevista de emprego para nos apercebermos da mundanidade dos argumentos geralmente apresentados: ter boa apresentação, olhar e discurso confiante, mostrar flexibilidade, grande motivação. Tudo conceitos já enraizados desta nova Era, em que a imagem se sobrepõe ao conteúdo, como nunca.

Nós apenas precisamos de um trabalho para podermos sobreviver. A realização pessoal vamos buscá-la às nossas relações, aos ambientes, às aventuras, ao Amor e à paixão, às letras, à fotografia, aos filmes, às viagens.

Podemos gostar do que fazemos profissionalmente, claro, mas, além de ser uma realidade pouco comum (quantos de nós fazemos o que gostamos, mesmo que estejamos na área do nosso interesse?), está directamente relacionado com o benefício monetário que nos é emprestado.

Isto de nos exigirem um amor incondicional a uma entidade é a grande falácia do Mundo moderno que nós, infelizmente, seguimos.

3 comentários:

Nuno Loução disse...

L., desejo-te boa sote paa a tua entevista. Acho que és o maior copywiter da histoia.
E lemba-te. Continua a defende-nos, a malta que sofe de rotacismo.

L. disse...

HEHEHEHEH

és mesmo palhacito, vê lá que pensei em corrigir mas pensei logo que ninguém ia reparar.

Estiveste bem. :)

Anónimo disse...

a euro rscg anda à procura de copywiter.
fazer dupla com o francisco.
directores criativos: zé e sara.
cliente: optimus.