1.9.11

Ende.

Os meus quatro ou cinco leitores já deviam temer por este dia. Eu sei, é triste, muito triste, mas este blogue vai mesmo fechar.

Já sabem como é, daqui por uns tempos volto a enviar-vos um email com a morada do que surgirá de novo. É sempre assim.

A verdade é esta – e isto serve como justificação para todos os que gostam de ler as minhas palavras –: estou demasiado feliz para escrever no blogue. Também isto é sempre assim.

Não quer isto dizer que só voltarei a escrever quando não estiver feliz. Nada disso.

Apenas não me apetece ter um blogue, pronto.

Felicidades para todos.

22.7.11

Como a lesma.

Estou numa de trocas comerciais, agora. Quero comprar uma bicicleta (quero acompanhar o R. nas suas investidas no parquet da paz, mas não posso acompanha-lo a correr), uma Playstation 3 + monitor (completamente dispensável, nunca vou ter tempo para jogar) e um baixo eléctrico (indispensável).

Há uns largos meses escrevi que, com 35 anos, continuo a viver a vida como se tivesse 20, pois só quero é boa vida, diversão e o mínimo de responsabilidades.

Continua tudo na mesma.

Entretanto, tenho imensa coisa para vender, e espero facturar algum. Já tenho perfil naqueles sites de vendas e tudo.

21.7.11

Pó caralho, pá.

Às vezes tenho algumas dificuldades em perceber o que está certo e o que está errado. E quando é que isso acontece? Quando emocionalmente penso de uma forma e racionalmente, de outra, antagónica, claro. O que há de novo, aqui? Nada. Apenas registo a minha incapacidade para entender como devo agir e, também, porque razão devo agir de uma forma e não de outra (a oposta). É que os resultados são diferentes, substancialmente diferentes.

Para lá do resultado de qualquer acção que tome, preocupa-me não saber o que me leva a ter estas dúvidas. Porque é que se perde tanto tempo com isto? E para quê?

14.7.11

Tudo.

Tenho a primeira edição praticamente fechada e não posso deixar de me lembrar dos meus primeiros dias no emprego. O medo que senti e a desconfiança que gerei sobre mim próprio. Não sabia se seria capaz de desempenhar a função, nem tão pouco sabia se a minha decisão tinha sido a mais correcta.

Passados dois meses e meio e um belo income que me permite viver como um pequeno rei sem complexos pela crise económico-social mundial que continua a escalar montanhas enquanto eu me passeio pelos vales atravessados por rios e folhas verdes contudo beijados por um merdoso sol atrevo-me a dizer que tenho tido muita sorte nesta vida.

Tenho tudo. Tenho muita sorte.

11.7.11

Black.

Não sei se é a minha música preferida de sempre. Mas anda lá perto. É a que ouço quando me sinto triste, deprimido, melancólico, aventureiro, desprezado, angustiado, vazio. Mas também a ouço quando estou feliz.

26.6.11

Queima.

Está um calorzinho desgraçado e eu vou enfiar-me num estúdio. Falta uma semana para o concerto. Está quente, está.

22.6.11

Era quase um blogue.

O Quase Blog ali da marreca direita, desapareceu. Espero que de vez. Estava farto de lá ir e não ter nada de novo. O dono daquilo é um miserável com as palavras. Adora guardá-las só para ele. Adeus.

Bufas.

Queria substituir "comentários" por "bufas", no final dos "posts" mas não sei como se faz.

Terra do Fogo.

Confesso que já nem me lembrava que tinha este blogue. É escusado dizer que o tempo filho da puta não pára. Eu estou bem, obrigado. Quer dizer, estou mais ou menos. Anda a dar-me uma certa ânsia, não sei. Ando a sonhar com a Terra do Fogo e não sei porquê.

Às vezes, a filosofia - da barata - doma-me a língua e ponho tudo em causa. Esta vidinha de emprego não me satisfaz. Já nem é pelo dinheiro, que felizmente, até abunda, agora. É mesmo pela repetição de gestos, palavras e comportamentos dos outros.

As pessoas são todas iguais, têm todas os mesmo hábitos, manias e vícios. Falam da mesma maneira, dizem o mesmo, em situações similares. Parece que as vejo de fora e sinto-me espacial.

Na terra do Fogo, haverá disto? Duvido.

20.5.11

Cigarros, de facto.

15 anos a fumar:

Passaram-me pelas mãos cerca de 110 mil cigarros.
Passaram-me pelos bolsos cerca de 18 mil euros.
Se fizesse um tubinho gigante, juntando todos os cigarros que fumei, o seu comprimento seria de cerca de 10 mil metros.

Felizmente disse chega a tudo isto há cerca de um mês e uma semana.

E estou mortinho por festejar o primeiro aniversário.

28.3.11

Branco.

Preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto, preto.

Preto.

4.3.11

Mas, é essa violência que temos de aceitar pacificamente?

"A assessora do ministro da Presidência interrompeu ontem a ministra da Educação no final da conferência de imprensa no Conselho de Ministros. Ana Margarida Valada justificou a interrupção com as três perguntas combinadas com os jornalistas presentes. Isabel Alçada abandonou a sala com um sorriso, evitando assim responder à comunicação social".

Todos os dias assistimos a exemplos destes. Todos os dias, aqueles que deviam informar e esclarecer, fogem às perguntas dos jornalistas, são arrogantes e revelam toda a senilidade de quem usa o poder que lhe foi incumbido para nos governar.

Actualmente, existem dois factores para que este comportamento pornográfico faça escola entre a classe política: por um lado, a promiscuidade entre jornalistas e políticos - jornalistas que passam a assessores, jornalistas que alinham em "perguntas combinadas", por exemplo -, e por outro lado, a falta de ética, de vocação e de altruísmo dos políticos.

A ministra deveria sentir-se no dever de informar e esclarecer as pessoas. E deveria encarar o trabalho dos jornalistas como indispensável para passar a mensagem sobre aquilo que é o seu trabalho no ministério. Porque é isso que mais interessa às pessoas que governa.

Esta prepotência de se combinarem perguntas é apenas um exemplo da podridão a que chegou a nossa sociedade democrática. Não quer responder? Tem de responder. Ou melhor, deve sentir-se impelida a fazê-lo. Deve gostar de o fazer, pois acredita que está a fazer o melhor que sabe e é essa realidade que tem de ser avaliada pelas pessoas. Assim, não conhecemos a realidade e não podemos ser críticos. Assim, estamos cada vez mais parecidos com os regimes ditatoriais.

Associando tudo isto ao fenómeno Wikileaks, podemos concluir que a verdade das acções políticas não é um direito que nos assiste conhecer enquanto povo eleitor. São invocados motivos "de segurança" que ninguém sabe, também, quais são. O trabalho dos políticos é cada vez mais sigiloso e abstracto. Então, que democracia é esta?

Quantos políticos são presos por ilegalidades? Quantos políticos são verdadeiramente responsabilizados por gestão danosa? Nenhuns. Porque são todos iguais e todos se servem da política com o mesmo desprezível fim.

Gostei imenso de ouvir ontem um senhor a responsabilizar o Kadafi sobre alegados crimes que ele e a sua guarda cometeram ou venham a cometer. Todos concordamos com isso, obviamente. Todos queremos viver num Mundo onde ninguém, pelo poder que tem, se sente confortável com o anúncio de futuros "milhares de mortos" por sua própria vontade.

Mas, e os responsáveis pela guerra do Iraque? Aqueles senhores todos que admitiram ter mentido para fomentar aquela guerra? Aqueles senhores que são responsáveis por milhares de mortos homens, mulheres e crianças? O senhor Bush, foi responsabilizado?

Mas que merda de moral é esta a do Ocidente? Da NATO? O Kadafi é, mas os outros não são? É isso?

E depois ainda temos de gramar a pastilha do Obama, uma fraude publicitária, que deveria ser condenado por publicidade enganosa. É que, apesar de todos nós termos percebido que Barack Obama é um produto, muitos foram enganados em relação à suposta qualidade do mesmo.

Também apreciei bastante o discurso deste senhor e de outros líderes mundiais a propósito das revoltas populares na Tunísia ou no Egipto. Nunca mexeram uma palha - concreta, por favor - para libertar aqueles povos e, aquando da iminente derrocada das ditaduras, aparecem a aconselhar essas mesmas ditaduras a abandonar o poder e que já é "tempo de dar voz e liberdade ao povo". Isto é para rir? Foram cúmplices durante décadas!

Andamos já tão anestesiados que nem damos pelas atrocidades que se cometem diariamente um pouco por este Mundo fora.

Por fim, a razão pela qual não acho útil a manifestação pacífica marcada para o próximo dia 12: não vai causar nenhuma ruptura, precisamente, por ser assumidamente pacífica.

Se incentivo a violência? Não. Essa, parece estar reservada ao poder político, que todos os dias nos torna mais pobres, doentes e inertes. Mas, é essa violência que temos de aceitar pacificamente?

3.3.11

Dois pontos.

Dois apontamentos muito rápidos:

o gajo que me faz fisioterapia consegue estar 45 minutos a falar sobre músicos, bandas, guitarras, amplificadores, carros, CD's, LP's e DVD's. Diz nomes de músicos, traça perfis psicológicos de vocalistas, regista marcas de guitarras, baixos e baterias, refere com um preciosismo irritante que tipo de amplificadores se usam e porque se usam e, finalmente, descreve fisicamente a entrada da mulher num carro que viu numa exposição de carros - levanta o pé quando a imita a entrar e a sair do carro, por exemplo.

Depois de sair, o médico olha para mim e comenta: "E tu só o aturas durante 45 minutos. Eu é o dia todo nisto". 10 minutos a rir.

Vi o filme Inside Job. É deprimente, mas constata o óbvio: o mundo e as suas regras é gerido por "meia dúzia" de "iluminados" gananciosos. Gente sem escrúpulos, sem a mínima noção do que é roubar, desviar, corromper. Soa patético, mas é esta a verdade. Somos governados por poucas pessoas que tudo fazem para usufruir do máximo de riqueza, ainda que isso signifique a miséria de todos nós. É vil, mas tão simples.


1.3.11

Não, é não.

Arrisquei a vida, hoje.

Ao longe, um vulto que se aproxima. As minhas pernas tremem. Os meus joelhos tocam-se. As mãos escondem-se do frio e enfiam-se nos bolsos desajeitados. Sem outro sítio para onde irem.

O vulto, há pouco completamente desfocado mas assustador, é bem visível agora. Corpo denso, cara de mau. Corpo denso, cara de mau.

O meu pensamento saltita entre um "estou fodido, ai, estou fodido" e um "não sejas coninhas, faz-te homem e começa a correr".

Ai. Ele vem aí e vem falar comigo. Foda-se: é cigano. É um cigano sénior. É cigano. Vou morrer com um tiro na testa porque não tenho pastilhas para lhe dar.

Cigano sénior: ó... ó... amigo...
Eu: (devo ser teu amigo, larga-me da mão ó sujo) sim...?
Cigano sénior: um cigarrinho, tens?
Eu: Não!

E continuei a andar, forte na passada, forte no orgulho de não ter cedido a um meliante. Não dou cigarros avulso, ó tanso!

23.2.11

Óbvio.

Tenho pouco para dizer - o que haveria não é possível ser partilhado neste estábulo -, daí a minha ausência. Continuo a ter uma relação esquisita com os meus blogues. Uns dias adoro-os, nos outros detesto-os. Nuns dias servem-me na perfeição, noutros, são um desperdício de tempo e só me apetece apagá-los.

Hoje é um dos dias em que nem sequer percebo para que insisto nisto. É tudo tão óbvio nas nossas vidas.

8.2.11

Black Swan.

Momento Lauro António (espero não ser ofendido por alguns leitores só porque não percebo nada de cinema):

Vi o Black Swan e, pela primeira vez na vida, passadas umas horas depois de ter visto o filme, não faço ideia se gostei ou não. O filme tem coisas que me irritam, outras que me surpreendem, outras ainda que considero desnecessárias. Sim, é muito denso e é um excelente retrato sobre a capacidade humana de se chegar a limites quando se quer alcançar muito um objectivo.

Natalie Portman tem um excelente desempenho mas gostei ainda mais da senhora que faz de mãe, Barbara Hershey. Nunca a vi como actriz, aliás, nem me lembrei, enquanto via o filme, que estava a representar. Só acho que devia ter uma presença mais intensa no filme.

Cassel sempre em alta rotação. O gajo é brilhante e o resto são lérias. É a cara perfeita para aquele papel de director do bailado: bruto-atencioso, cínico-doce, irascível-compreensivo.

Mila Kunis é o expoente máximo da sensualidade que dança mas imaginei-a muito bem num filme do estilo "showgirls". Passo.

Enfim, alta expectativa, é o que é. Agora eu que me amanhe a perceber se gostei ou não. Mandem vir.

26.1.11

Como o azeite.

Ai está. Carlos Silvino volta às luzes da ribalta, despe a fralda e avança para um desmentido que apenas poderá surpreender os incautos, desinformados e ignorantes. Há que medir bem todas as palavras deste pedófilo, claro, mas não podem ser descredibilizadas só porque convém.

Já aqui o escrevi e volto a escrever: o Processo Casa Pia foi uma farsa, que terminou da pior maneira possível, com a leitura de uma súmula ridícula, resumindo o igualmente patético acórdão final.

Focando-me apenas no Carlos Cruz (CC) importa esclarecer uma coisa: estou-me borrifando para o apresentador, no sentido de que não lhe devo nada. Já a Justiça, deve-lhe, e não é pouco.

Nesta altura, é também importante referir que muitas vítimas ficaram no silêncio.

CC tem agora tudo o que precisava para provar a sua inocência. Carlos Silvino é um aliado de peso.

Claro que, para que o processo resulte em nada - tal como está é isso mesmo: nada), e que os inocentes vejam o seu bom nome completamente limpo, será preciso que muita gente (políticos, jornalistas, e a Catalina Pestana) tenha coragem. É preciso que toda essa gente tenha dignidade.

11.1.11

Saca.

Arruada na Baixa de Lisboa e arrolhada no centro de Manhattan.

4.1.11

Mas pelo menos fui eu que escolhi assim.

Temos tudo quando não viramos as costas às coisas e o que tem graça visto de frente? na tua imensidão em que nada me escapa fico preso no teu coração vivendo as alegrias do senhor imperial sonho que me trespassam sem piedade e que sem licença me percorrem dando voltas sem parar e ela a sempre menina ilusão dança lado a lado com a sua amiga de infância senhora imponente desilusão gritando vim dar cabo da tua solidão.

2.1.11

2011.

Bem, se é verdade que nunca liguei muito a datas festivas, que inclui a passagem de ano, os meus anos, os anos dos outros, a Páscoa ou o Carnaval - a excepção é mesmo o Natal -, gosto sempre que as mesmas existam, quanto mais não seja porque funcionam como um pretexto para estar com amigos ou familiares.

Este ano não foi excepção, a passagem de ano. Os mongas de sempre ali ao lado, foi motivo mais do que suficiente para ficar feliz da vida. A coisa em si não teve, objectivamente, graça nenhuma, mas em dois metros quadrados (e com um telemóvel) fizemos a festa e isso vale mais do que muitas outras coisas juntas.

Para o ano de 2011 só quero mesmo ser feliz a maior parte do tempo. Mas aqui fica a lista das minhas vontades:

- rapar o cabelo montes de vezes para gastar menos champô e nunca me atrasar para o emprego a tentar domesticá-lo
- comprar umas roupas novas de marcas fixes para parecer um gajo cool e com rendimentos
- não substituir o ginásio por consultas com o psiquiatra
- continuar a dizer que quero deixar de fumar, mas acreditar um bocadinho quando o disser
- ter sempre alguém ao meu lado para partilhar alguma coisa boa que me aconteça
- manter as amizades profundas que tenho
- tornar-me mais optimista e fugir das ondas más e das gajas feias
- não beber mais do que a dose indicada para tão frágil figura
- parar de engordar (mas deixar de me mover apenas pela fé e deixar mesmo de comer como um alarve)

É isto, assim de repente.