3.11.10

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Mais um momento Lauro António para a pequenada que me segue atententamente. Vi um grande filme chamado "Irreversible".

À beleza da actriz Monica Bellucci, junta-se um sempre brilhante Vincent Cassel, que vi pela primeira vez há muitos anos em "O Ódio" e é hoje, um dos meus actores preferidos. E é casado com a italiana, o cabrão.

"Irreversible" não vale tanto pelo enredo mas sim pela forma como este é explorado pelo realizador. Por isso, preparem-se para ver um filme que começa pelo fim.

Pode parecer estranho ver a cena final da história naquela que é a primeira cena. Depois, vamos assistindo à construção inversa dessa mesma história, até chegarmos à última cena do filme, mas a primeira da história. E resulta, sem nunca perder o interesse.

Ao mesmo tempo, ajuda-nos a entender a raiva descontrolada de Cassel e, quem sabe, a justificá-la. Uma coisa é certa, nós não controlamos a história da nossa vida.

Adenda: este filme é, talvez, o mais violento que alguma vez vi. Se resistirem aos primeiros 15 minutos, vão no bom caminho.

2 comentários:

Anónimo disse...

Pequeno contributo cinéfilo muito atentento: Irreversible é um maaau filme. Na verdade é um massacre. O filme funciona na base de um artifício: a sua montagem. O filme é primário, o enredo muuuito esquemático. O filme é voyerista.Não tem interesse visto de trás para a frente nem ao contrário. O filme é a exploração dos actores.Cassel é um bom actor e Bellucci é sempre bela sem se dar por ela.
bem-haja, bruno rocha.

David Wark Griffith, disse...

Há um filme francês dos anos 70, que começa com uma colisão brutal e letal de quatro carros num cruzamento, em pleno campo, no meio de coisa nenhuma. A história é então um flashback, com as derradeiras horas da vida das quatro famílias e com os acasos e contratempos que conduzem à infeliz coincidência de chegarem em simultâneo ao cruzamento do fim das suas vidas. De facto há milhares de momentos, acasos, ou decisões que nos parecem irrelevantes, mas que, a cada momento, determinam o nosso futuro. De facto não ´programamos' de todo as nossas vidas.